segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O RESCALDO DE UM DIA DE DESCANSO



PHOTO BY AC

NUM DIA LINDO COMO O DE ONTEM E COM MUITOS ESPANHÓIS - COMO CONVÉM, AOS "POBREZINHOS"..., O POVO SAIU À RUA E DESFRUTOU, PASSEOU E EVENTUALMENTE ESQUECEU UM POUCO A ONDA DE CRISE - EM QUE VEGETAMOS.
MAS, MESMO ASSIM, CÁ VAMOS CAMINHANDO, QUEIXANDO-NOS, DIZENDO MAL DA VIDA E O PESSIMISMO QUE HÁ E QUANDO NÃO HÁ, VAI-SE INSTALANDO E CLARO, EM MUITAS SITUAÇÕES TORNA-SE CONTRA-PRODUCENTE E AINDA NOS INDISPÕE MAIS E MAIS.
PARA MAL DE TUDO ISTO, AINDA CONTRIBUI O BENFICA QUE NÃO SERÁ MESMO CAMPEÃO E AINDA POR CIMA O REAL MADRID (COM TANTOS PORTUGUESES) TAMBÉM NÃO CHEGA PARA O BARCELONA.
E O QUE EU PERGUNTO É:
- ATÉ QUANDO VAMOS VIVER NESTA VIDA DE FAZ DE CONTA?
- E QUANDO É QUE AS PESSOAS EM GERAL, PENSARÃO EM REMAR TODAS PARA O MESMO LADO?
ISTO TERÁ RESPOSTA NO DIA EM QUE NÃO HOUVER SOLUÇÃO PARA NADA E AI OLHA... SEJA O QUE DEUS QUISER.
AS CRISES TAMBÉM TÊM MUITAS VIRTUALIDADES... PODE QUE COM TUDO ISTO CONSIGAMOS DAR UMA VOLTA COMPLETA.
O QUE EU TENHO COMO CERTO, É QUE NO FUTURO, MUITO DO QUE FIZEMOS ATÉ HOJE - SOBRETUDO NOS COMPORTAMENTOS DE CONSUMO, NÃO O FAREMOS DAQUI PARA A FRENTE.

BOA SEMANA

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

dois desabafos... e vai-te embora


dois desabafos a um "cão"
perante cumulativa injustiça
resultaram em empurrão
por um cufia que só atiça

cufia traidor e calculista
alcoviteiro e sonso
politicamente oportunista
adjectivo... terminado em "onso"

não é cantiga 
tardou - nem minuto
o cufia enxuto
a enfiar uma amiga

diz o trapalhão
que é descomprometido
que precisa?- não!!!...
faz-se agora desentendido

precisará sim é de algo
no dito cujo
que o faça andar de... talgo
cufia, malandro e sujo...

António Cabrita
Poema dedicado a 1gfpeqé1gm
VRSA, 18/2/2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A nostalgia por outros tempos


photo by ac


Por norma, sou contra a retórica nostálgica, que leva a que se invoque a "bondade de outros tempos" e do "antigamente é que era bom".
Trata-se de uma postura - muito injusta, para aqueles que hoje assumem responsabilidades e que bastante e com muita dificuldade lutam por conseguir algo. Se por um lado, é um "lavar de mãos" e uma desresponsabilização, por outro, trata-se de uma manifesta ignorância com a realidade actual e o nível de exigências - quer académicas, quer de condições de vida, quer de disponibilidade e por ai fora...
Nas redes sociais, as pessoas aproveitam para interagir e reagir, em relação ao que foram os anos das décadas de 50/60/70, esquecendo-se que foram anos de grande confusão e complicação:
- guerra colonial;
- emigração forçada e muitas vezes clandestina;
- período de adaptação ao novo regime democrático;
- situações de baixo nível de vida e más condições.
Confunde-se "nostalgia de tempos de menino", com realidades que comparadas com as de hoje, não têm qualquer comparação - é frequente, alguêm dizer, que mais vale uma 4ª classe de antes que uma licenciatura hoje e eu pergunto e um detentor de uma 4ª classe de antes, sabe informática, sabe inglês, está adaptado às novas realidades...
Ainda nas redes sociais, uma senhora - recordando-se da Avenida da República em VRSAntónio, evoca o cheiro das fábricas, cavalos e mulas cargados e puxando o atum e outros peixes e ainda o Rio Guadiana pejado de barcos - rematando que nesses tempos todos tinham emprego...
O quadro é bonito - sem dúvida, mas e o resto ?
O que dizer da exploração salarial, das más condições de vida, da precária educação, as poucas oportunidades que existiam e a repressão.
Eis pois razões suficientes para que se considere que tudo tem o seu tempo, as épocas e as formas de estar devem ser vistas em função de datas concretas e tal é assim que pese embora toda a nostalgia, poucos seriam, os que nos dias de hoje, prescindiriam de certas comodidades dos tempos actuais.

É importante aprender com o passado, visando melhor gozar o presente e bem preparar o futuro.
Nostalgia sim para recordar e não para vivê-la.


António Cabrita
VRSA, 10/02/2011