terça-feira, 24 de maio de 2011

Mergulho no Mar

Hoje publico um poema da autoria de um amigo, o qual revela toda a sensibilidade de alguém que aprecia as coisas simples da vida.


Mergulho no mar, são salgados os sabores
Nadando viajo no meio de tanto desalinho
Outros animais vão surgindo por entre as flores
Parado no espaço nada calmo um cavalo-marinho


Ao longe um polvo suavemente avança
No movimento dos seus mil braços
Uma colorida flor ora poisa ou dança
A falta de ruído faz vibrar os espaços


Uma suave respiração na leva areia que explode
Noto no meio dois olhinhos brilhantes parados
Tapados pela fina areia que me confunde
É o calmo sono que faz mover o fundo um linguado


Um "charrouco" interrompeu o seu ressonar
Detectou um caranguejo na vizinhança
Abre calmamente a sua enorme boca e sem mastigar
Sulca-o rápido para dentro da pança


Um estrondo fura o enorme espelho
Num segundo surge um bico de uma ágil gaivota
Como uma flecha voa no seu mergulho
Pescando um peixe no mar que a alimenta


Tudo é calmo tudo é paz e brilham tanto os corais
Numa eterna dança melancólica aprecio
Como é belo o convívio entre todos os animais
Na estranha harmonia tudo a bailar em silêncio


Mais longe quanto a nossa vista alcança
Vejo sombras reflectidas na branca areia
É a passagem da vaga de bonança
Quando esta em cima do mar calma passeia


Estranho mundo silencioso que nada finge
Aonde abrem-se sorrindo todas as coisas
Mal a agitação das ondas as atinge
Libertando o plâncton que suavemente em tudo poisa


Tudo é belo tudo é calmo tudo poisa
Minha leveza é grande enquanto penso
Que por mais bela que seja cada coisa
Tem sempre um monstro em si suspenso

Poema da autoria de Victor Manuel Guerreiro