Como representante do
PSD – nesta cerimónia, é com muita honra que vos saúdo, neste dia tão marcante
para todos nós.
De 25 De Abril de 74 a 25
de Abril de 2013,
São 39 anos que se
cumprem.
São várias gerações
envolvidas.
É um tempo largo, no
qual já se viveram muitas alegrias e tristezas.
É um tempo largo, onde
houve alguns tempos de reconciliação, mas também - muitos de desunião.
Muitos momentos bons –
sim.
Mas também – maus.
Com épocas de muito
queixume, de pouca cidadania, muito individualismo e sem consideração pelos
outros – tudo muito escondido debaixo de grandes “bandeiras” e orientado por azimutes,
que apontam a falsos paraísos e idílicas paragens…
Actualmente - há gente
indignada, mas também - muitos excluídos, dessa indignação – que são mesmo
excluídos, pelo facto de terem outra forma de pensar…
Hoje - vivemos um tempo,
em que se canta ou não se canta - o "Grândola, Vila Morena".
Em que se usa ou não se usa o
“Cravo Vermelho”.
Parece mesmo, que quem
não canta e não usa cravo:
- É mau cidadão, não é um verdadeiro português e quer o mal de
todos...
Isto só por si - tem um
forte motivo de injustiça.
Eu, que sou dos que não
cantam, pergunto aos “cantores” – se têm noção, do que estão a fazer…?
-
Até parece, que a bondade está com os “cantores” e a malvadez nos outros...
E
tenho que dizer que há símbolos… que são “propriedade indevida” de uns quantos.
-
Porquê?
Alguém,
algum dia - a isto responderá...
Há
figuras - e até mais, que figuras - diria mesmo - figurões, que deveriam ter -
por obrigação e conduta, uma atitude mais pedagógica e compreensiva.
Assim
não o fazem e pelo contrário - têm prazer em ”incendiar”, a situação, incentivando
ódios entre todos…
Mas, não me excluam,
nem a mim, nem aos que pensam como eu, pois nem sou menos português, nem
defendo menos o 25 de Abril.
Muitos dos componentes
- do "dito - bom povo português”, com toda a facilidade, falam dos
outros...
Dificilmente - falam de
si próprios, dos seus defeitos...
Em geral - atiram a
pedra e rapidamente escondem a mão...
Sou de um tempo, em que
assumir que não era de esquerda, era um verdadeiro acto de coragem.
– Vila
Real de Santo António - é paradigma desta constatação.
Sou de um tempo, em que
ter gostos culturais, parecia um exclusivo da esquerda.
Sou de um tempo, em que quem era inteligente e detentor da
razão, era de esquerda – os outros, não entendiam, a “evolução” da sociedade (ou algo assim parecido) …
Sou de um tempo, em que quem tinha preocupações sociais, era
de esquerda.
Esse tempo, para mim e para
muitos, foi um tempo de tremenda incompreensão.
Esse tempo - foi de
tremenda injustiça, para muita gente - onde me incluo.
Esse tempo, com o
passar do tempo modificou-se, digamos que houve mais tolerância e compreensão –
imperou a democracia.
Felizmente com a realidade que temos - com o nosso executivo
municipal, desmentem-se todos estes dogmas.
Deixo aqui um forte agradecimento à acção de Luís Gomes e à
sua equipa, pela forma como enfrentam e como tratam os problemas sociais da
nossa terra e outros - com uma verdadeira política social, que dá resposta aos
mais carenciados e á população em geral.
O Estado Social -
existe mesmo, em VRSA e desmistifica argumentos.
Temos que contrariar,
os que querem a volta do velho tempo, em momentos recentes e outros que virão...
A Democracia, o direito
à diferença assim o exigem.
Julgo
- ser fundamental, afastar as ondas de choque que correm na sociedade
portuguesa, nesta ocasião o diálogo é
crucial.
Seria
bom, que todos fizessem um pouco de introspecção, antes de começarem a verter “certezas”.
Que
se pense - não no que pedir, mas sim no que se pode dar, os tempos ainda que
doam a todos, são de sacrifícios e temos que deixar de apontar culpados - temos
que olhar em frente e não para trás.
Deixo um apelo - o
momento que vivemos, deverá ser de verdadeira união, chega de situações
estanque, de divisões, de opiniões extremas, só juntos conseguiremos sair das
dificuldades por que passamos e só assim concretizaremos horizontes diferentes
dos actuais.
De que serve reclamar
de direitos, para os quais sei, que não há condições objectivas - para os concretizar.
Criemos antes a riqueza,
que nos permita sermos mais nós e menos o que outros querem.
Ganhemos a confiança
necessária – neste mundo globalizado, para provarmos, que os Portugueses são
capazes.
Lutemos pois, por um
Portugal diferente, Democrático e onde todos, mas todos, tenham lugar - que nos
sirva de lição os 39 anos de DEMOCRACIA.
Deixo-vos um poema, que
tem a ver com a nossa terra, com o nosso Rio e com os horizontes de esperança pelo
que tanto ansiamos:
Sou de água
Barrenta,
Para os tempos, que correm.
Sou de água
Límpida e azul,
Para os tempos, que espero.
Sou de água
Porque nada tenho,
Mas transporto…
Sou de água
Porque o que tenho,
É sal…
Sou de água
Porque mantenho
A minha liberdade
Sou de água
Porque quero mudar
O que está mal…
Viva
o 25 de Abril – que restaurou a Democracia.
Viva VRSA
Viva
PORTUGAL
António Cabrita
25 de Abril de 2013
CCAntº Aleixo
VRSA
António Cabrita
25 de Abril de 2013
CCAntº Aleixo
VRSA