quinta-feira, 23 de maio de 2013

Noite Dentro

Vou pela noite dentro,
Imaginando o que será
O amanhã e faço planos.
Defino directivas, acento
Ideias e acredito poder
Melhorar, a minha existência.
Chega-me por fim o sono,
Estou cansado, deito-me,
Durmo mal e eis que surgem
Os pensamentos habituais
Os planos de antes, começam
A ser destruídos, o bom passa
A mau e pronto vem a insónia.
Sento-me na cama, ligo a televisão,
Claras notícias e escuras realidades,
Que invariavelmente,
Falam da crise,
Dos mercados,
Das greves e da fome…
Não durmo, mas tento,
Tento sonhar, tento imaginar
Algo bom, durmo mais um pouco
E pronto de novo … desperto…
E assim, de tentativa em tentativa
Chega a manhã,
Ainda que tenha mal descansado
… Venha o dia e siga a vida.
Invariavelmente a sequência dura que vivemos.

António Cabrita
Manta Rota, 23/5/2013









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