sábado, 1 de agosto de 2015

Misturei-te

    Guardei-te num cadinho
    Onde juntei erva Luísa
    Luzerna e cominho
    a quantidade precisa
    Temperei ao lume
    Com pó de pedra
    E flor de sal
    Juntei ciúme
    Inveja e desejo de mal
    Que mistura
    Que explosão
    Levantei fervura
    E ai de quem disser não...

    Aqui nesta escura
    Mística e solitária
    Cova de perdição
    Continuamos na nossa infusão
    Que venha a água
    Para misturar
    Para o povo provar

    Prove, provem
    Gente boa
    O tempo é de provas
    Nesta terra de boas novas
    E velhas também
    Vamos seguindo caminho
    E de bom empenho
    O momento é de expectativa
    E de muito engenho
    A alma está viva.

    Que o breu
    De lugar à luz
    que venha o dia
    que venham as cores
    misture-mo-nos com a felicidade
    da natureza
    do meio que nos envolve
    sim à vida
    não às trevas.

    ac

    in Estórias de Assombrar - Castro Marim - Noite de Lua Cheia - Revelim