São muitos anos, mesmo muitos.
A pensar e a discordar,
a não querer aprender com quem mais sabia,
com quem tinha mais experiência de vida e sabia o que eu não sei.
Momentos vividos em que nos julgámos por cima.
Momentos vividos em que nos achámos importantes… Importância tonta.
E a necessidade muitas vezes negada, que tínhamos de o ver,
mas por isto ou por aquilo não víamos e sempre ficava para amanhã…
E como me recordo de episódios de perfeita infantilidade minha,
onde me comportei como menino mimado,
mas no momento achando-me com toda a razão,
como me arrependo, ai como me arrependo.
Quero pensar que foste bem.
Quero pensar que estejas onde estiveres, estás bem.
Para meu consolo e de todos os que por cá ficámos.
É que tá difícil de me habituar, a não te ter por cá.
Agora, por incrível que pareça, vou lá a casa todos os dias.
Não só pela mãe, vou para ver se te vejo… Também.
Quem diria, sim quem diria.
A falta que me fazes pai.
(Pai, lá onde estejas, são as palavras, daquele teu filho a quem pagas-te um “curso de números” e que depois lhe deu ”p’ás letras”).
António Cabrita
Manta Rota – 2/11/2018