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Terça-feira, 9 de Junho de 2009
Não havia necessidade...
Há um desespero notório, cada vez mais visível, na candidatura de Jovita Ladeira à Câmara de Vila Real de Santo António. Prova desse desespero são os mais recentes comunicados e notas de imprensa que têm raiado o ridículo, sendo de cair na gargalhada se não estivéssemos a falar de coisas tão sérias como é o caso. Senão vejamos. Depois do impagável comunicado em que a candidata se propôs explicar ao eleitorado como se faz marketing político em outdoors, por que razão escolheu o azul como côr de fundo e porquê três coraçõezinhos no símbolo da Olá que patrocina a sua campanha e que Jovita garante representarem as três freguesias do concelho, é agora a vez do PS se estender ao comprido com um comunicado em que exige a entrega imediata das casas de habitação social de Montegordo, estejam elas prontas ou não. Com uma ingenuidade tocante, a candidata socialista vem explicar no seu comunicado que exige a entrega das 50 casas para que as famílias que não sejam contempladas não votem no actual presidente da Câmara, zangadas por terem sido excluídas. E tudo isto seria apenas triste, não tão confrangedor, se Jovita não parecesse estar esquecida do caso do Bairro da Barquinha, nos idos de 1993, quando o executivo de António Murta entregou as 73 casas em causa ainda antes das eleições, é certo, mas também ainda antes de estarem prontas, muitas delas sem portas nem janelas, ao tempo, só para ficar na fotografia e capitalizar votos e boas vontades. Que de resto logo se esfumaram, recorde-se, quando o PS perdeu as eleições e acabou por ser a CDU a ficar com a criança ao colo, que é como quem diz, com a responsabilidade de todos os acabamentos por fazer e setenta e três famílias a protestarem, cheias de razão. Jovita vem agora defender o contrário do que o seu próprio executivo fez, o que não é apenas confuso: é eleitoralista e politicamente desonesto, fazer campanha com a desgraça alheia. A grande pergunta é, assim, «Quem segura Jovita Ladeira?» e não porque ela esteja imparável, não senhor, mas sim porque por este caminho a pobre só pode mesmo é estatelar-se no chão eleitoral, coberta de um ridículo por que, sinceramente, não tinha necessidade de passar.
in http://vilarealdomarques.blogs.sapo.pt/
