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Um amigo, que se chama Hugo Gonçalves - aluno de um curso EFA (formação de adultos para obter a equivalência ao 12º ano), fez-me chegar o texto que transcrevo na integra, através do mesmo ficamos com a idéia do que são os sentimentos de quem anda nisto das Novas Oportunidades.
"Reflexão sobre a educação:
O nosso governo, liderado por um Sr. Engenheiro Civil, aprova uma obra de milhões com viabilidade durante os próximos 13 anos (mais ou menos). Um bom exemplo de sustentabilidade e economia na gerência das contas públicas!
A mesma pessoa congratula-se com o “sucesso” da reforma na educação e está constantemente a referir a importância da mesma, no momento de crise global em que nos encontramos. Verifica-se então, tanto no ensino público e privado, uma grande percentagem de licenciados, Mestres e Doutores (friso novamente, uma grande percentagem), que muito orgulhosos de si próprios ensinam conteúdos do qual não percebem nada, chegando ao cúmulo de serem corrigidos pelos próprios alunos. Ora, é normal que estes futuros profissionais ao acabarem as suas formações, vejam os seus diplomas, portefólios ou seja lá o que for, reduzidos a palha sem qualquer qualificação quantitativa. Nisto o governo teve alguma coerência, reconhecendo que tudo isto é para a estatística, logo é tudo para passar e justifica assim esta lacuna. Pecando no entanto porque no meio desta trapalhada toda há professores e alunos que até merecem serem reconhecidos pelo seu trabalho, e pecando por mais uns quantos milhões mal gastos.
Nos tempos que correm, em que nunca se ouviu falar tanto de palavras como cidadania, sustentabilidade, identidade, objectivos e outras, verifica-se que em termos de Cidadania (direitos e deveres) nos seus diversos contextos, as pessoas só têm acesso aos deveres, os quais vão todos parar a casa. Em termos de direitos, onde se diz que cabe às pessoas terem alguma literacia (manterem-se informados), só são acessíveis após alguns quilómetros percorridos pelos corredores das instituições públicas ou se for membro e pagar cotas de alguma associação. As páginas na internet, das várias instituições públicas e que deveriam disponibilizar essas informações aos cidadãos, apenas servem para o governo publicar briefings, viagens das altas entidades com os seus parceiros sociais (parceiros sociais ou patrocinadores das campanhas!? São os parceiros sociais que pagam as viagens ou os contribuintes?!) e para inaugurações de obras que não se sabe se vão finalizar.
De sustentabilidade não vale apenas falar mais, isto é uma reflexão!
Identidade, meu deus! O Português! Língua que faz parte da identidade de um povo parece que vai passar a ser Português Europeu e Português Brasileiro! Então e o Português Africano!? É melhor não dar ideias!
Objectivos! Isto é com a ministra da educação, parece-me que trabalha para um governo à parte! Mas com o estado da educação que se verifica neste país, ainda não percebi qual é o objectivo da Sr.ª ministra, se é fazer alguma coisa pela educação ou chatear os professores! O resto do governo, será que não tem objectivos!? O governo não dá contas aos portugueses e não é punido pelos disparates, porquê!? Os médicos, esta classe é intocável!? Os gestores das grandes empresas que andaram durante anos a dar exemplos de sustentabilidade, gestão, a ganhar balúrdios e que levaram o mundo a esta crise virtual! Sim, virtual porque todos os dias são anunciados milhões para “tudo”, e no final da história, todos estes milhões vão parar aos mesmos bolsos de sempre. Quem é que validou as competências a esta gente!?
Bem! Se isto não fosse uma reflexão, havia aqui assunto para fazer um mestrado.
Será que é para isto que andamos a estudar!?
É preciso estudar para fazer tanta asneira!? Esta gente estudou onde!?"
E digo eu - toma e embrulha e vai contar, ah g'anda hugo.
boa tardinha
